“Em dia com a Psicologia”
Mente, corpo e doença
Todos nós sabemos da importância de estar bem com o corpo, dos exercícios e da alimentação para ter aquela agradável sensação de bem-estar. Da mesma maneira, sabemos que é importante estar bem emocionalmente para que a saúde física também fique bem. Sentimos que quando estamos desmotivados ou tristes fica mais fácil adoecer, parece que o corpo também passa a sofrer e fica mais vulnerável. Por outro lado, quando estamos apaixonados (por outra pessoa, por um ideal ou pelo trabalho) parece que estamos naturalmente protegidos de qualquer vírus e qualquer bactéria. Nos esquecemos de comer e dormimos pouco para que a dedicação ao nosso alvo seja maior e nem por isso adoecemos. Incrível.
Todos nós já escutamos expressões do tipo “fulano morreu de desgosto” ou “está à flor da pele” e sabemos de casos em que crianças adoeceram depois de perderem seus cachorros. Essas expressões e esses casos ilustram bem a estreita relação que existe entre mente (ou o que a gente sente e pensa) e corpo, mostram que mente e corpo andam juntos.
Podemos fazer o exercício de tentar relacionar a doença mais recente que tivemos com alguma fase especial que estávamos passando e com os sentimentos que estávamos vivenciando na época. Possivelmente essa relação será encontrada.
O corpo fala (começa sussurrando e chega a gritar) através de sinais que indicam que as coisas vão bem ou que há algo errado. Escutá-lo é fundamental para ter uma vida mais saudável. Antes de adoecer, o corpo dá vários sinais de que não está satisfeito, mas muitas vezes esses sinais são subestimados ou ignorados por nós e acabamos por sentir as conseqüências.
Uma dica importante para manter corpo e mente saudáveis é, sempre que possível, expressar os sentimentos, evitando guardar e reviver (ou re-sentir) os sentimentos desagradáveis. Para se expressar vale conversar, cantar, pintar, praticar um esporte, dançar…
Assim como o que sentimos e pensamos tem o poder de nos adoecer, o inverso também é verdadeiro: o que sentimos e pensamos pode nos curar e pode deixar nossa vida muito mais saudável e prazerosa.
Luciana Rosa Machado
lu_rosa@bol.com.br.
Artigo publicado pelo Bragança Jornal Diário em 2004